Revolução Humana


(*) Hoje li, na verdade reli, um trecho do livro "Nova Revolução Humana - Volume I" de Daisaku Ikeda, meu mestre, que conta a história de sua trajetória como filósofo, pacifista, escritor, poeta, fotógrafo, líder da SGI, um fervoroso humanista, que é chamado de "Embaixador da Paz".

Suas viagens ao mundo, angústias, vitórias, falhas e conquistas... E percebi o quão, em cada palavra, cada frase, se encontra o conflito que presenciamos no ser humano dia-a-dia...



Trecho do livro, cena presenciada por Daisaku Ikeda (Shin-iti, pseudônimo):

No campo,
as crianças estavam brincando com a bola. Pareciam ter em torno de sete a oito anos. Num banco próximo, um homem idoso estava sentado e observava sorridente as crianças. Era uma aconchegante cena de um domingo de lazer no parque (...)
Cada vez que aparecia uma criança, os meninos a convidavam para entrar no jogo...Surgiu então, mais uma criança, vestida de blusão, que se aproximou do campo. Porém, ninguém a chamou para entrar no jogo. Era um menino negro.
A criança ficou de pé sob a ombra de uma árvore, observando atentamente o jogo. O velho também ignorou sua presença. Outra criança se aproximou do local. Chamaram-na para o jogo, contudo, nenhuma voz foi dirigida para o garoto.
Quando um dos meninos chutou a bola em falso, e caiu de pernas para o ar, o garoto negro "zombou" do menino, rindo em voz alta. Naquele instante o velho levantou-se do banco e, com o rosto vermelho de ira, esbravejou em alta voz contra o garoto.
O menino retribuiu a ofensa fitando o rosto do velho com raiva. Era um olhar ardente impregnado de ódio e tristeza. Soltando algumas palavras de desaforo, virou as costa e saiu correndo. Seus ombros tremiam de rancor.
Shin-iti quis correr atrás do garoto, mas já havia o perdido de vista. Ficou muito indignado. Seus punhos tremiam de revolta contra a sociedade que admitia tais ações injustas contra uma criança negra. Não sabia para onde dirigir sua indignação.
(...)
Talvez fosse apenas uma pequena cena do cotidiano, mas Shin-iti sentiu ter visto o escuro e profundo abismo da discriminação exitente por detrás do acidente.

"Com que sentimento aquele menino negro deve ter partido daqui... Se esse tipo de desprezo faz parte do cotidiano, seu coração deve ter sido pisoteado cruelmente. Com certeza, esse profundo ferimento em seu coração deve estar sngrando de ódio e mágoa." - pensou Shin-iti.

Seu peito doía ao imaginar o futuro desse menino!



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