Um COMPLEXO de vitaminas, por favor?! Esse sistema não está funcionando...

O sistema imunológico está enfraquecido...

Primeiro o esôfago, estômago, intestino, 
até chegar no reto. Direto. Tudo passando direto
Sem respirar, sem descanso, sem sentar...
Depois um dedo inchado. Um pé torcido. 
Um caroço inesperado. Tudo dolorido. 
Dores no corpo inteiro. Cantinho, por cantinho...

E não contente, as cólicas menstruais resolveram aparecer...
Junto com o mal estar, dor de cabeça, sem energia de levantar.
E então, uma noite mal dormida, espirros... garganta vermelha...
Será que estou sinusitando?! Sinusitar: é quando a sinusite não quer ficar de fora.
Para ajudar, quer trazer uma amigdalite... só não quero deixar!

Comecemos pela Vitamina E, que reforça o sistema imunológico!

Está complexo... talvez um reflexo... Tudo está turvo, um surto...
Embaçado... desnorteado...
Embaciado... tapado...
Enodoado...difamado...

Vitamina C, que protege contra infecções!

Confuso, Conturbado, o Cotidiano...
Calejando, Cotejando,  Caminhando...

Depois vem a A, pra Oxidar... Oxigenar...
Olvidar... ou te fazer relembrar...

Que precisamos das vitaminas do complexo B,
que servem para desintoxicar...
O sangue... Que circula... Bem devagar...

E que também precisamos da K, que serve pra coagular...

O sangue... Que corre...  Sem parar... 

PAREI.

Uma névoa lá fora, um nevoeiro aqui dentro...

Complexo... Reflexo... Reflito. 
Desconexo... Perplexo... Aflito. 

- Um complexo de vitaminas, por favor?!
Esse sistema não está funcionando...

Abrir mão também é amor!

É comum ouvir que amor é aquilo que faz dois serem um. Perdi a conta de quantas vezes vi casais brigarem ou se separarem por conta dessa lógica – tão ilógica para mim.Um só sai se o outro sair, um só come o que o outro comer, só assiste o que o outro deseja assistir, e assim eles entram numa fusão que faz do amor a dois tudo, menos amor a dois efetivamente.

Quando se permite que o namorado vá ao futebol, ou que a namorada caia na night com as amigas geralmente tem-se uma certa “desaprovação social”. Ouve-se muito um ” mas você deeeixa?”, ou ” você faz isso porque não ama de verdade”. Contraditoriamente a esse último argumento, acho que quem ama de verdade faz isso sim.

Para o amor viver é preciso de ar, de janelas abertas, de oxigênio. E, na minha opinião, só a liberdade é capaz de oferecer isso. Como já bem diz meu pai, liberdade e libertinagem são coisas completamente diferentes, e talvez confundir esses termos seja a grande emboscada que arruína os relacionamentos. É preciso ter uma base sólida para se confiar no outro e aproveitar a liberdade sem medos. Afinal, um namoro que diz-se “livre” mas que é permeado por insegurança, receios e afins não é livre coisa nenhuma.

Sabe essa ideia antiiiga de que para manter a vaca no pasto é preciso cercá-lo bem?

Em relacionamento isso não está com nada. É preciso oferecer uma boa grama, um ambiente agradável e seguro para que a vaca – sem trocadilhos, pessoal!- fique bem onde está. Não consigo acreditar que exista alguém que goste de se sentir preso ao outro; ninguém gosta de coleiras, correntes, nem nada que limite o básico direito do ir e vir.

Luís de Camões, conhecidamente cantado pelo Legião Urbana, já dizia que o amor é “querer estar preso por vontade”, e é bem por aí mesmo. O amor é um sentimento livre em essência, e tudo que vá de encontro a isso é negativo. E essa liberdade do sentimento é algo tão substancial que até a própria escolha do amado não funciona com direcionamentos matemáticos ou com ordens de para onde deve seguir. O amor é tão  livre, que por vezes nem mesmo lhe é permitido escolher alguém, já que ele passa a frente de qualquer racionalidade e acerta em cheio o parceiro mais aleatório e improvável do mundo.

Deixar o amor ser livre é, no mínimo, uma prática coerente. Se a liberdade o caracteriza a esse ponto, vá com a maré. Vá ao cinema sozinha, deixe o seu namorado jogar o videogame dele em paz…Respeite o espaço livre de ambos. Por uma questão humana, é natural que haja gostos distintos mesmo, e respeitar essa diferença não é falta de amor, mas, no meu ponto de vista, trata-se de um respeito a liberdade de cada um, um amor transcendente ao egoísmo.

Abrir mão da companhia de quem se ama é um voto de confiança, é uma prova de amor, e não uma falta dele. Se você ama profundamente, ame a ideia de permitir que seu namorado viva experiências sem você, e se ame a ponto de permitir viver experiências sem ele. Não estou entrando na questão de experiência como sinônimo de pegação não, estou falando de práticas cotidianas mesmo. Você gosta de comida japonesa e ele odeia, não deixe de ir…Vá com suas amigas sem o peso de se achar em falta com o boy. Ele não é obrigado a gostar, e em situações como essa o consenso nem sempre é a melhor saída.

Desejo a todos os casais apaixonados que se presenteiem com mais corações alados...

Antes do último grão cair...

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e esta canção
Pra dizer adeus ao nosso, ao nosso coração

Tá na minha frente
Não se perturbe verdade é pra falar
Sei que vai morrer um pouco
Mas ainda há tanto pra lembrar
seu sorriso lindo, indefinido
Suas mãos tão quentes atravessando o meu vestido

Palavras que falávamos simultaneamente
No meu ouvido o seu discurso indecente

Às vezes o amor
Escorre como areia
entre os dedos
Não tem explicação
para tantos erros
É melhor partir
Antes 
do último grão cair...